Pegue o rock psicodélico, misture em uma atmosfera dos anos 60 e deixe secar ao sol australiano. O resultado? O som mais próximo ao uso de drogas gravado neste século, na minha humilde opinião. Com esse som a banda Tame Impala vem mostrando ao senário musical atual que o rock psicodélico ainda esta vivo (e louco). E a resenha de hoje é sobre seu segundo álbum (lançado em 2012), que atende pelo nome de Lonerism. Um trabalho excelente, que mostrou uma evolução musical em relação ao seu primeiro disco (que é muito bom também, mas assunto pra outro post). Quanto as músicas, temos petardos, psicodelismo e grandes melodias. Abrindo o disco temos Be Above It, com uma batida pulsante e repetida, com vocais sussurrando ao fundo o nome da faixa durante todo o tempo, resultando em uma viagem sonora muito boa. Seguindo temos a excelente Endors Toi, com um belo trabalho em efeitos e arranjos, que caíram como uma luva no estilo vocal do líder Kevin Parker. Passamos bela embalada Apocalypse Dreams, que como todo o disco, é recheada de afeitos viajantes. Em Mind Mischief temos uma quebrada nos acordes, com uma pegada mais roqueira, com riffs descolados e uma batida mais agitada, mas com o vocal viajado de sempre. O disco todo segue a mesma linha de vocal, com efeitos ao fundo - mais psicodelia em algumas faixas, mais melodias em outras. Dentre os maiores destaques ficamos com a excelente Feels Like We Only Go Backwards, talvez a melhor do disco, que consegue ser psicodélica e pop ao mesmo tempo, com um refrão que gruda na cabeça e uma vontade de viajar (de muitos sentidos) ao escutá-la. Mas cuidado ao chegar na nona faixa, pois uma mudança de atmosfera sonora pode estranhar a primeira vista. Elephant mistura peso, um riff abafado e meio obscuro, efeitos psicodélicos (como sempre) e uma levada constante resultando em um petardo pra lá de viajante, faixa excelente, uma das melhores da banda. Ah e entes que eu esqueça, vale muito a pena ver os clipes oficiais da banda, que multiplicam ainda mais os efeitos psicodélicos das músicas! Disco muito recomendado aos fãs de rock psicodélico, chega ele dos anos 60 ou 2000!
Postagem por: Marcos Rainier de Sá
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